SENAI-RN e ENGIE Brasil Energia formam dezenas de profissionais no estado para o setor elétrico, incluindo primeira turma exclusiva para mulheres

7/04/2022   12h12

Cerimônia de formatura do Programa: Iniciativa é parte do projeto #GeraDiversidade da ENGIE, em parceria com o SENAI-RN | Crédito: Divulgação ENGIE

 

O Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) do SENAI/RN, integrante do Sistema FIERN, e a ENGIE Brasil, maior empresa privada de energia do país, concluíram oficialmente nesta quarta-feira (06), no Rio Grande do Norte, o programa de capacitação profissional gratuito em energia eólica e solar que realizaram, em conjunto, no primeiro bimestre do ano.

 

O evento marcou a formatura de dezenas de profissionais, com o desenvolvimento inédito, no estado, de uma turma só de mulheres para atuação no setor. O incentivo, segundo as instituições envolvidas, se dá em um contexto de busca de igualdade em um mercado onde os homens ainda predominam.

 

O “Programa Tecnologia em Geração Eólica e Geração Fotovoltaica” faz parte do projeto #GeraDiversidade da ENGIE, em parceria com o SENAI-RN. Os cursos promovidos por meio da iniciativa foram realizados no município de Lajes, com o objetivo de capacitar profissionais para participação em futuras oportunidades de emprego da empresa e do setor de energia como um todo, em expansão no Rio Grande do Norte e no Brasil.

 

Lajes concentra o maior número de parques eólicos em construção no estado – líder nacional em geração eólica – e vai sediar o maior empreendimento de geração renovável do portfólio da ENGIE, o Conjunto Eólico Santo Agostinho.

 

Cursos de Tecnologia em Geração Eólica e Introdução às Tecnologias de Geração Fotovoltaica foram realizados no primeiro bimestre: Imagem mostra aula inaugural

 

Ao todo, 41 profissionais receberam nesta quarta-feira certificados de capacitação em Tecnologia em Geração Eólica e Introdução às Tecnologias de Geração Fotovoltaica, as tecnologias de geração de energia solar, por meio do projeto. A cerimônia que marcou a conclusão dos cursos foi realizada no Centro Pastoral Monsenhor Vicente, onde também ocorreram as aulas.

 

“A formação dessas pessoas, a entrega desses certificados, representa um momento importante para a sociedade, em um contexto de busca pela igualdade entre homens e mulheres e em que o setor de energia está enxergando a perspectiva de enriquecimento do seu ambiente de trabalho com a presença feminina – e investindo nisso”, destaca o diretor do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e do CTGAS-ER, unidade do SENAI-RN que conduziu os cursos, Rodrigo Mello.

 

“O SENAI/CTGAS-ER acompanha esse movimento do setor e com muita responsabilidade assumiu e cumpriu a missão de conduzir esse programa de qualificação em conjunto com a ENGIE, levando a educação profissional a todas as pessoas que entraram na sala de aula para acessar o conhecimento”, acrescenta ainda.

 

Oportunidades

Amora Vieira, assessora de Mercado e Projetos do SENAI-RN – que, no CTGAS-ER, tem liderado ações para promover a diversidade na instituição e em cursos como o de energias renováveis – observa que “interiorizar o conhecimento, e promover cursos que agregam para essa indústria e para o município, é um despertar sobre oportunidades para todas as pessoas que participam”. “E, especialmente, promover essa iniciativa junto com a ENGIE é fortalecer o entendimento também de que o nosso público é diverso”, diz ela.

 

Amora Vieira com o instrutor dos cursos, Thiago Almeida, o técnico de segurança do trabalho do CTGAS-ER , Everton Frasão, e parte das mulheres formadas

 

“Para as mulheres, em especial”, acrescenta Amora, “o programa disseminou a ideia de que a chegada de aerogeradores, de construtoras e de tudo o que elas veem relacionado à energia eólica e solar no entorno delas pode também ser uma oportunidade para elas e não somente para os homens”. “Agora, esperamos que elas se apropriem, que continuem acessando o conhecimento, a educação, porque isso pode abrir portas. E também que entendam que esse movimento das energias renováveis não pode passar por elas à toa”.

 

O programa de capacitação com a ENGIE corrobora com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com os quais o SENAI/CTGAS-ER estão comprometidos, especialmente, nesse caso, no que diz respeito à igualdade de gênero e à educação de qualidade.

 

As pessoas que participaram dos cursos foram distribuídas em uma turma mista, para homens e mulheres, e em uma exclusivamente para o público feminino.

 

Hérica Letícia Soares de Lima, uma das alunas que discursaram na cerimônia de formatura, destacou que  a oferta de uma turma exclusiva para mulheres foi “um grande divisor de águas”.

 

“A luta das mulheres por igualdade ocorre desde muito tempo e iniciativas como essa nos ajudam cada vez mais a alcançar esse objetivo”, disse ela, lembrando que ao saberem que uma das turmas seria só para as mulheres, perguntas como ‘o que vocês vão fazer em um curso que é para homem?’ foram lançadas às estudantes na cidade.

 

“Fico feliz e orgulhosa que isso não tenha nos deixado desmotivar, e sim, nos motivado a mostrar que conseguimos e que somos capazes”, disse a formanda.

 

Um levantamento do CTGAS-ER, referência no Brasil em formação profissional na área, aponta que as mulheres correspondem a pouco mais de 10% das matrículas nos cursos de energia eólica. A participação é mais que o dobro da registrada em 2015 – primeiro ano com a presença feminina nos cursos do Centro – mas, segundo Amora Vieira, a expectativa é que avance mais.

 

No mercado de trabalho, um estudo da agência alemã  GIZ mostra que as mulheres representam 20% da força de trabalho empregada em parques eólicos no Brasil, mas que essa participação tende ao crescimento. Dados da Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar (MESol) apontam que, no setor de energia solar, as mulheres correspondem a aproximadamente 20% da força de trabalho na atividade e que as regiões Norte e Nordeste concentram a menor fatia desse público.

 

Equipe do SENAI-RN com a turma mista do programa de capacitação: Cursos foram custeados pela ENGIE e oferecidos de forma gratuita à população

 

Diversidade

O Programa realizado em parceria com o SENAI, representa, segundo a ENGIE, o lançamento de uma iniciativa de formação operacional feminina da Companhia, e está alinhada aos seus compromissos de diversidade e inclusão. Atualmente, as mulheres representam 26% do quadro de funcionários da ENGIE Brasil Energia, um aumento de sete pontos percentuais na participação feminina em comparação a 2020.

 

Na divisão por áreas, embora as posições administrativas já estejam em equilíbrio de gêneros, as áreas de Operação e Manutenção (O&M), bem como de Implantação de Projetos, têm percentuais ainda baixos. A oferta de cursos, voltados para futuras profissionais destas áreas técnicas, foi pensada para impulsionar a participação das mulheres e promover o aumento da disponibilidade de talentos femininos também para posições de gestão.

 

O primeiro curso exclusivo para mulheres oferecido pela empresa foi realizado em Umburanas, no semiárido baiano, região que, embora fértil em ventos, sofre com estiagem e falta de oportunidades profissionais. Neste projeto piloto, foi aberta uma turma de Auxiliar de Eletricista para Aerogeradores, em parceria com o SENAI-BA.

 

No Rio Grande do Norte, com o início da implantação do Conjunto Eólico Santo Agostinho em 2021 e operação prevista para 2023, a ENGIE Brasil Energia procurou o SENAI-RN para criar o Programa de capacitação. Os cursos tiveram carga horária de 52 horas/aula, foram custeados pela companhia e oferecidos de forma gratuita à população.

 

SOBRE A ENGIE

A ENGIE Brasil é a maior empresa privada de energia do país, atuando em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, transporte de gás e soluções energéticas. Com capacidade instalada própria de 10 Gigawatts (GW) em 69 usinas, o que representa cerca de 6% da capacidade nacional, a empresa possui 97% da capacidade instalada proveniente de fontes renováveis e com baixas emissões de Gases de Efeito Estufa, como usinas hidrelétricas, eólicas, solares e a biomassa. A ENGIE é também detentora da mais extensa malha de transporte de gás natural do país, com 4.500 km, que atravessam 10 estados e 191 municípios. No Rio Grande do Norte, opera a Usina Fotovoltaica Assú V, com 34 Megawatts (MW) de potência instalada, e está implantando o Conjunto Eólico Santo Agostinho, em Lajes e Pedro Avelino, com capacidade total de aproximadamente 800 MW e início da operação previsto para o segundo semestre de 2022.

 

SOBRE O SENAI

O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás. A atuação no RN se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), na capital, Natal, e do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG), em Mossoró.

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