“A educação é o caminho para a mobilidade”, diz presidente da ABEEólica para alunas de especialização do SENAI-RN

9/03/2023   16h33

Elbia Gannoum (à direita) fez participação especial em programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Na imagem, ela aparece com parte das alunas e com Amora Vieira, do SENAI

 

“Tenho muita clareza que a educação é o caminho para a mobilidade, é o caminho para criar oportunidades. E que quando a gente investe nesses projetos de educação e formação a gente percebe os resultados”. 

 

As palavras, da presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Gannoum, marcaram uma aparição surpresa da executiva em programação especial oferecida pelo Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, para a turma da primeira especialização técnica voltada exclusivamente para mulheres, no Rio Grande do Norte, com foco em operação e manutenção de parques eólicos.

 

O curso é oferecido em parceria com a AES Brasil, empresa geradora de energia 100% renovável, e foi mencionado pela presidente da ABEEólica como “uma iniciativa que a gente sabe que vai render muitos frutos”.

 

Realizada online e ao vivo, a programação desta quarta-feira foi realizada em alusão ao Dia Internacional da Mulher para as 76 alunas que participam da especialização

 

Elbia Gannoum é economista, tem mestrado em economia e doutorado em engenharia. Neste ano, sua carreira no setor de energia completa 23 anos, 12 dos quais à frente da ABEEólica. 

 

A trajetória também incluiu passagens por órgãos do governo federal como Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.

 

Inclusão

“Eu entendo que a energia renovável, com destaque para a energia eólica, é um instrumento muito grande de inclusão social. E essas oportunidades que a gente cria no mercado de trabalho, como é esse curso, são capazes de transformar realmente a região, a sociedade daquela região”, analisou a presidente.

 

A ABEEólica, lembrou ela, virou realidade em um contexto em que a indústria eólica nasceu, cresceu e está se fortalecendo como uma fonte muito relevante, limpa e renovável que traz desenvolvimento social, principalmente na região Nordeste. “A chegada dos parques eólicos é capaz de transformar a economia da região, de contribuir com o desenvolvimento econômico e social”, reforçou ainda e foi além: “Então vocês estão ao lado do SENAI, no caminho certo, ao promover esse processo, essa oportunidade de inclusão, as condições para isso. É muito importante investir em formação e criar novos horizontes e novas oportunidades”.

 

A programação que teve a executiva como convidada foi mediada pela assessora de Mercado e Projetos do SENAI-RN, Amora Vieira, que lidera ações relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na instituição. 

 

Para o SENAI, disse Amora, “a pauta de gênero, a participação das mulheres em profissões tecnológicas, é muito relevante e a ABEEólica é uma instituição parceira com quem temos uma conexão muito importante”. Há, acrescentou a assessora, um esforço diário e contínuo no SENAI para formação de mulheres para o segmento de energias renováveis, uma das áreas da economia em que os homens são maioria. 

 

Sobre a especialização

A Especialização Técnica em Manutenção e Operação de Parques Eólicos da AES Brasil, em parceria com o SENAI-RN, selecionou 76 mulheres com formação em eletrotécnica, mecânica e segurança do trabalho. 

 

A presidente da ABEEólica ofereceu palavras de incentivo às alunas do SENAI de olho no mercado das energias renováveis. Na imagem, aparece parte da turma

 

O processo seletivo recebeu aproximadamente 600 currículos e, devido ao alto nível das candidatas, o número de vagas, que seria originalmente 60, acabou ampliado.

 

As participantes têm entre 19 e 57 anos e são oriundas de 18 municípios do Rio Grande do Norte, incluindo Natal, Parnamirim, Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Lajes, Macaíba, Angicos, Assu, Caicó, Canguaretama, Ceará-Mirim, Cerro Corá, Extremoz, Jandaíra, João Câmara, Nísia Floresta, Patu e Serra do Mel.

 

O curso tem 460 horas – o equivalente a aproximadamente seis meses – e é oferecido de forma gratuita, com aulas online (ao vivo) e um encontro presencial.

 

Durante o evento que marcou a aula inaugural, em fevereiro deste ano, a CEO da AES Brasil, Clarissa Sadock, anunciou que o Complexo Eólico Cajuína – empreendimento da AES Brasil em construção no estado – será 100% operado com mão de obra feminina.

 

A primeira etapa do complexo tem início de operação previsto para o segundo semestre do ano e a expectativa, segundo Clarissa, é que a equipe seja selecionada entre as 76 especialistas que serão formadas na parceria com o SENAI.

 

O Programa de Capacitação está alinhado às estratégias da AES Brasil e do SENAI-RN com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em prol de avanços em áreas como oferta de educação de qualidade, redução das desigualdades e igualdade de gênero. Também está inserido em esforços relacionados ao Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem as duas instituições como signatárias.

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