
Instrutores do SENAI CTGAS-ER durante auditoria que resultou na inclusão do BTT entre os treinamentos disponíveis no Rio Grande do Norte
O SENAI do Rio Grande do Norte vai expandir a oferta de treinamentos no estado voltada ao trabalho em parques eólicos.
A instituição será a primeira da rede SENAI no Brasil a disponibilizar ao público o BTT (Basic Technical Training) – treinamento técnico básico para a manutenção segura de turbinas eólicas.
A formação integra um conjunto de cursos da Global Wind Organisation (GWO), organização global, sem fins lucrativos, fundada por fabricantes e proprietários desse tipo de equipamento.
A qualificação na área é registrada internacionalmente, e também no Brasil, como requisito para interessados/as em empregos no setor.
Anúncios de processos seletivos para funções como montador de torres eólicas e técnico de operação e manutenção de aerogeradores, por exemplo, apontam a certificação GWO como “diferencial” e “GWO BTT e BST” (Basic Safety Training ou Treinamento Básico de Segurança, também da GWO), entre os critérios de contratação.
“Algumas empresas pedem que candidatos e candidatas às vagas já tenham esses treinamentos. Outras optam por oferecer uma trilha interna de qualificação, que inclui o GWO, após a etapa de admissão”, observa a diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, Amora Vieira.
No Rio Grande do Norte, profissionais contam com o GWO BST, no CTGAS-ER, desde 2021. O Centro foi o primeiro do SENAI no país a receber a certificação para oferecer o treinamento.
A auditoria que resultou na inclusão do BTT no portfólio foi realizada em setembro deste ano. De acordo com Vieira, aspectos como a infraestrutura para a oferta de treinamentos práticos na área e a didática dos instrutores em sala de aula foram avaliados.
“Há um conjunto de requisitos que precisa ser atendido, que envolve desde infraestrutura técnica e apoio de gestão da qualidade, a registros, por exemplo, de manutenção preventiva em equipamentos usados na execução de atividades ou de frequência de alunos. O GWO define o padrão, o que é ideal para uma turma de BTT ou BST”, explica.

Diretora do CTGAS-ER, Amora Vieira (de camisa verde), com parte das equipes de Educação e Qualidade envolvidas nos treinamentos GWO
BTT
Com o resultado favorável na avaliação, o BTT estará disponível no CTGAS-ER a partir de 2026. O treinamento será oferecido no formato semipresencial – com aulas teóricas na modalidade EAD (Educação à Distância) e práticas presenciais em Natal, nas instalações do Centro.
A carga horária total será de até 54 horas/aula, distribuídas em cerca de sete dias e meio de atividades. O curso, entretanto, também estará disponível com carga horária mínima de 24 horas/aula, para profissionais que buscam atualização na área.
O treinamento é composto por cinco módulos, com o objetivo, segundo informações da GWO, de conscientizar os participantes sobre os riscos envolvidos no trabalho com sistemas hidráulicos, mecânicos, elétricos e de instalação, além de atividades que incluem o aperto de parafusos com equipamentos energizados. Profissionais com ou sem experiência prévia nessas áreas podem participar.
“O curso aborda como controlar e mitigar esses riscos, preparando os profissionais para atuar tanto em ambientes onshore quanto offshore da indústria de energia eólica”, explica a organização, em página dedicada a informações sobre o BTT.
De acordo com a GWO, candidatos/as que já possuam algum conhecimento técnico, mas que ainda não o aplicaram em turbinas eólicas, também compõem o público-alvo.
“Pensando nesse olhar da segurança do trabalho e nas boas práticas didáticas voltadas ao setor da energia eólica, o BTT é mais um serviço em educação que trazemos alinhados às necessidades do mercado”, diz Amora Vieira, acrescentando que o enriquecimento do portfólio é uma estratégia permanente da instituição.
“Continuamos, obviamente, na missão de encontrar outras soluções possíveis, demandadas pela indústria, para a formação de pessoas para o onshore (para os parques em terra), e olhando, no médio prazo, para as questões de segurança, por exemplo, que vão envolver as operações de eólica offshore (no mar)”, complementa a diretora.
A consolidação do BST e a ampliação do escopo para o BTT, segundo ela, integram esforços contínuos para atender a demanda por formação de profissionais para a indústria eólica. “Isso significa oferecer oportunidades de qualificação, para que as pessoas que querem ingressar e avançar na indústria tenham possibilidades amplas”, complementa.
BST
Além de certificar o SENAI CTGAS-ER para a oferta de BTT, outro resultado da auditoria foi a revalidação do BST oferecido de forma também pioneira na rede SENAI pela instituição.
O treinamento na área ensina técnicas de consciência do fogo, primeiros socorros, além de manuseio manual de cargas e trabalho em altura – na construção ou manutenção de parques, por exemplo – de forma segura.
“É um requisito obrigatório para a maioria dos trabalhadores do setor eólico”, diz a assessora técnica responsável pela área de Qualidade do SENAI em Natal, Maria Mariana Faria.
A auditoria externa que pode recomendar ou não a manutenção da certificação para oferta de BST, observa ela, é realizada anualmente. “O resultado mostra que continuamos atendendo aos padrões de qualidade exigidos pelas normas GWO. Isso traz confiabilidade e visibilidade junto aos nossos clientes”, analisa.
No caso do BTT, ela ressalta que a certificação ajuda a garantir que os trabalhadores tenham o mesmo nível de treinamento em segurança e emergência, independentemente do país onde trabalham, além de contribuir para a prevenção de acidentes e a proteção dos trabalhadores contra riscos como quedas, lesões e problemas elétricos. “É uma qualificação profissional que aumenta oportunidades de emprego no mercado nacional e internacional”.
SAIBA MAIS – GWO
A Global Wind Organisation (GWO) é uma associação sem fins lucrativos formada e administrada por alguns dos principais fabricantes, proprietários e operadores do setor de energias renováveis do mundo, incluindo empresas com operações ou projetos no Brasil, como Vestas, Engie, Ocean Winds, Qair e Siemens Gamesa. A organização certifica diferentes tipos de treinamento, incluindo o BST e o BTT, voltados ao setor eólico. Os padrões de treinamento que estabelece reúnem objetivos de aprendizagem definidos em consenso pelas empresas-membro e são recomendados para técnicos que atuam nas fases de construção, instalação, operação e manutenção dessas companhias. De acordo com a associação, ao cumprir os padrões e requisitos da GWO, os provedores de treinamento certificados são considerados competentes e qualificados.
Texto: Renata Moura
Fotos: Divulgação SENAI-RN
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