‘Ponte de macarrão’ suporta 46 kg e vence desafio de estudantes de Engenharia da FAETI, em Natal

18/06/2025   16h32

Ponte em arco foi a vencedora do Desafio da Ponte de Macarrão, promovido pela Faculdade, para estudantes do terceiro período de Engenharia Mecânica: Na imagem, integrantes do grupo que conquistou o 1º lugar e o professor Tomás Barros Vasconcelos posam com a estrutura rompida após o teste final

 

O que você faria para construir uma ponte de macarrão? Estudantes de Engenharia Mecânica da Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais (FAETI), do SENAI-RN, dedicaram tempo, fizeram desenhos, mediram ângulos, calcularam cargas que  seriam aplicadas… “Sem contar o trabalho em equipe”, diz Leonardo Ferreira Bianco, de 19 anos, compartilhando a receita da vitória do chamado “Desafio da Ponte de Macarrão”. 

 

A competição começou no último dia 2 e foi concluída nesta semana. A ‘ponte em arco’ que criou com Jocelio Costa de Souza, Jonas Medeiros Figueira e Lucas Fonseca Cavalcanti suportou 46 kg – a maior carga da turma – e foi anunciada vencedora. “É um pouco difícil descrever…Todo o nosso esforço valeu a pena”, diz Bianco.

 

“Nunca tínhamos feito uma ponte de macarrão. Era difícil chegar aos ângulos, demorado para fazer os elementos e colá-los, mas aprendemos muito”. A atividade, realizada na sede da Faculdade, em Natal (RN), integrou a disciplina “Mecânica Geral” e foi desenvolvida por alunos/as do terceiro período da graduação. “Foi uma experiência completa de aplicação de Mecânica geral. Tudo o que aprendemos estava nesse projeto”, afirma o estudante.

 

Desafio

O Desafio da Ponte de Macarrão é tradicional nos cursos de Engenharia, explica o professor Tomás Barros Vasconcelos, porque aplica conceitos vistos em sala de aula e “choca” ao demonstrar quanto somente 1kg de macarrão é capaz de suportar. 

 

Na FAETI, a missão dada aos três grupos participantes foi projetar e tirar do papel pontes que sustentassem o maior peso possível. 

 

Os insumos de produção deveriam incluir no máximo 1 kg de espaguete, cola e, na parte inferior de cada extremidade, tubos de PVC. “Se alunos de Engenharia conseguem construir uma ponte artesanal com 1kg de macarrão e suportar 46kg, imagina o que, enquanto engenheiros, eles projetarão com aço, no futuro?”, diz o professor.

 

Imagens, a seguir, mostram as três pontes  frutos do desafio:

 

 

O principal objetivo pedagógico da iniciativa foi, segundo Vasconcelos, “extrapolar a sala de aula”. “Toda a turma se conscientizou dos fundamentos que nós vimos”, analisa. “E é claro que a dinâmica trouxe outras dimensões impossíveis de serem trabalhadas em uma aula clássica: planejamento, trabalho em equipe, trabalhar com prazos e dimensionar uma estrutura real”, observa ainda.

 

Patrícia Mello,  gerente acadêmica da FAETI, complementa que a dinâmica interpessoal foi um dos aspectos mais interessantes de observar na disputa, e, ainda, “como os grupos gerenciaram o tempo, a importância de um bom planejamento, e lidaram com os conflitos, as frustrações”.

 

“Isso tudo é fundamental na vida profissional e precisa ser trabalhado desde o começo. A turma é muito unida e com espírito colaborativo. Foi extremamente gratificante ver essa evolução da postura profissional deles em tão pouco tempo”, diz.

 

Resultados

Na etapa final, realizada na noite da última segunda-feira, as estruturas criadas em laboratório foram testadas com a ajuda de “anilhas de academia”. As anilhas foram posicionadas em uma caixa suspensa no centro de cada ponte para medir a resistência. 

 

No ranking dos projetos desenvolvidos, o de Leonardo e equipe aguentou 46kg. O segundo lugar sustentou 28kg e o terceiro 15kg. Todos os trabalhos foram avaliados pelo professor  como “surpreendentes”. 

 

“Superaram as expectativas, especialmente por ser a primeira vez que os alunos tiveram contato com isso”, disse ele, chamando a atenção, também, para a estrutura que sustentou a menor carga. “Isso se deu devido a uma ruptura no transporte da ponte para o desafio, e mesmo assim, o resultado foi satisfatório. Ou seja, nunca saberemos o real potencial dessa ponte, que estava muito bem construída”, complementa. A atividade valeu pontos da disciplina e o grupo vencedor ganhou um ponto extra e certificado.

 

Desafio contou com a participação de alunos/as do terceiro período da graduação: Conteúdo aplicado foi visto durante o semestre, em abordagens do assunto  “estruturas treliçadas”.

 

De acordo com o edital do Desafio, as pontes deveriam ser construídas com espaguete, e seguir medidas específicas — largura mínima de 5 cm e máxima de 20 cm, além de altura de até 50 cm. Todo o conteúdo foi visto durante o semestre, em abordagens do assunto  “estruturas treliçadas”. 

 

Antes de botarem a mão, literalmente, na massa, os estudantes tiveram que desenhar a ponte numa folha de papel milimetrado, cobrir o papel com uma película de plástico transparente e usá-lo como modelo. Em seguida, eles colocaram os fios de espaguete sobre o projeto desenhado para cortar o comprimento certo e colá-los.

 

No caso do projeto vencedor, a principal dificuldade foi percebida na hora da montagem. “Nos últimos dias as peças que já estavam prontas acabaram pegando algum tipo de umidade e vieram a se romper”, lembra Lucas Fonseca Cavalcanti, 27, integrante do grupo.“Isso causou um grande retrabalho na parte dos materiais de estrutura da ponte. Tivemos que refazer todas as peças”, descreve, apontando o maior aprendizado: “Quando as coisas não saem como planejado, o segredo é manter a calma e não desistir; seguir em frente e continuar dando o seu melhor”. 

 

Sobre a FAETI

A FAETI é a primeira Faculdade do Brasil com foco em energias renováveis e marca a expansão das ações do SENAI-RN para o setor no país.

 

A instituição funciona em Natal, capital do Rio Grande do Norte, estado que lidera a geração brasileira de energia eólica e sedia os Centros de referência do SENAI para formação profissional, inovação e pesquisa aplicada voltadas à atividade (o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis – CTGAS-ER – e o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis – ISI-ER).

 

A portaria de credenciamento da Faculdade foi publicada pelo Ministério da Educação (MEC) em agosto de 2023. Antes, avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao Ministério, destacou “o planejamento do SENAI para trabalhar com responsabilidade social e seus temas, bem como para o desenvolvimento socioeconômico” e mencionou a Faculdade como “projeto organizado para melhorar as condições de vida da população”.

 

Conclusões sobre a infraestrutura em que está inserida também chamam a atenção para “inúmeros recursos tecnológicos inovadores”, em menção a laboratórios disponíveis e chamados de “altamente diferenciados para aulas práticas”. No corpo docente, mestres e doutores em diversas áreas estão em campo. O ingresso da primeira turma de Engenharia Mecânica ocorreu em março de 2024.

 

Texto: Renata Moura

Fotos: Samuel Balbino Bezerra e Patrícia Mello

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