Abordagem foi realizada durante roda de conversa no seminário “Casos que Inspiram: Iniciativas Inclusivas em Gênero e Raça nos Setores Energéticos e Mineral”
Projetos do SENAI-RN voltados à inclusão feminina na educação foram apresentados, no Rio de Janeiro, pela diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), da instituição, Amora Vieira. A abordagem foi realizada durante roda de conversa no seminário “Casos que Inspiram: Iniciativas Inclusivas em Gênero e Raça nos Setores Energéticos e Mineral”, do Ministério de Minas e Energia (MME).
Projetos como a formação da primeira turma de mulheres especialistas em operação e manutenção de parques eólicos no Rio Grande do Norte, em parceria com a AES Brasil, e a oferta de um curso técnico em Eletromecânica desenvolvido com a Vestas – com reserva de metade de vagas para o público feminino e contratação de jovens aprendizes pela empresa – foram exemplos destacados pela diretora.
“A principal conclusão da discussão é que quando você tem uma articulação de instituições e de empresas que atuam com o propósito da formação de pessoas localmente é possível alcançar esse objetivo”, disse Vieira.
Durante a apresentação, ela detalhou estratégias que o SENAI adotou para comunicar à população que o acesso à formação técnica é possível também para jovens mulheres, meninas e mulheres já adultas que estão, ou não, iniciando a carreira ou mesmo com a ideia de migrar para a área tecnológica.
O evento foi realizado na sede da Eletronuclear e integrou a programação da Assembleia Geral Ordinária do Comitê Permanente para Questões de Gênero, Raça e Diversidade do MME (Cogemmev).
A roda de conversa contou com a participação da coordenadora-geral do Comitê, Márcia Alves de Figueiredo, e de Marcela Souza Levigard, gerente da área de Projetos Sociais da Petrobras, responsável pela implementação de projetos de geração de renda, fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e Adolescente, projetos de Educação e Qualificação Profissional para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica em todo o país.
Na ocasião, foram compartilhadas iniciativas que mostram como a qualificação de jovens e mulheres pode gerar autonomia de renda, transformar cenários sociais, ampliar a participação feminina no setor energético e impulsionar uma transição energética justa e inclusiva.
Evento integrou programação da Assembleia Geral Ordinária do Comitê Permanente para Questões de Gênero, Raça e Diversidade do MME (Cogemmev): Imagem mostra participantes do seminário
Desafios
Carências no acesso à internet, para cursos na modalidade semipresencial ou à distância, e a necessidade de apoio financeiro às estudantes foram mencionados entre os desafios para a inclusão.
“Tem mulheres que não têm internet de qualidade em casa ou mesmo um dispositivo que consiga viabilizar a ela um ensino de melhor qualidade e o uso de ferramentas úteis para o aprendizado. Às vezes, com os recursos que têm disponíveis, elas não conseguem nem fazer o download dos materiais que precisam para o estudo”, observa Vieira.
“A questão de duplas jornadas – ou seja, de ter de trabalhar fora de casa e em tarefas domésticas – e até conseguir pagar a passagem de ônibus para se deslocar para estudar também são desafios”, acrescenta, frisando que há formações disponíveis, mas que é preciso haver políticas públicas agregadas a esse contexto para viabilizar oportunidades de educação.
Exigências típicas para o trabalho no setor elétrico, como ter carteira de habilitação, também são identificadas, segundo a diretora, entre as dificuldades para ingressar na área.
Texto: Renata Moura
Fotos: Divulgação CTGAS-ER
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