Em destaque na mídia, pesquisas de SAF do ISI-ER avançam com novas metodologias e matérias-primas

29/07/2025   10h48

Fabiola Correia, pesquisadora: “Agora, além de SAF sem emissão de CO₂ estamos retirando CO₂ da atmosfera. A questão não é só o produto final. É trabalhar toda a cadeia do combustível”

 

Depois de desenvolver SAF (combustível sustentável de aviação) a partir de glicerina, o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) deu largada a projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) incluindo novas rotas tecnológicas e metodologias de produção do combustível.

 

As novas frentes de atuação envolvem o desenvolvimento de eSAF – combustível sustentável de aviação a partir da combinação de dióxido de carbono (CO₂) capturado do ar com hidrogênio oriundo de eletrólise – o desenvolvimento de SAF a partir de bio-óleos e a produção a partir de óleos (via rota de hidroprocessamento de óleos, do inglês Hydrotreated Esters and Fatty Acids – HEFA).

 

“Nosso avanço, ao longo do último ano, está na diversificação de matérias-primas e de metodologias para o desenvolvimento de SAF. Agora, além de SAF sem emissão de CO₂ estamos retirando CO₂ da atmosfera. A questão não é só o produto final. É trabalhar toda a cadeia do combustível”, diz a pesquisadora do ISI-ER, Fabiola Correia, coordenadora de estudos na área. 

 

Destaque 

O trabalho de desenvolvimento de SAF no Instituto entrou na pauta dos jornais Folha de S. Paulo e Tribuna do Norte neste fim de semana. A reportagem “Indústria avança em projetos de combustível limpo de avião e planeja início de produção comercial” observa que no H2CA (Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados), do ISI-ER, vários processos para a produção do combustível – chamados no meio científico de rota tecnológica – são testados. 

 

Em entrevista ao veículo, Correia estima que o processo de testagem com óleos vegetais deve durar de dois a três anos e está sendo feito a pedido de empresas da indústria da aviação. A ideia, segundo a pesquisadora, é que as informações obtidas pela testagem possam servir de base para a reprodução em escala industrial posteriormente. 

 

Clique aqui para ler no site da Folha.

 

Na Tribuna do Norte, os estudos realizados pelo Instituto são destaques no texto “RN é pioneiro no Brasil na produção de combustível sustentável de aviação”. Correia ressalta, na reportagem, que é preciso expandir a certificação de tecnologias, considerando a diversidade de matérias-primas disponíveis no País, como as energias renováveis. Ela também defende a importância de políticas públicas e da pesquisa aplicada para que o mercado interno e o externo possam ser atendidos.

 

Clique aqui para ler no site da Tribuna.

 

Projetos

Os projetos do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis são demandados por empresas e instituições nacionais e estrangeiras. Como há cláusulas de confidencialidade nos contratos, informações como nomes das contratantes, valores investidos, em que pé estão os estudos e possíveis resultados não podem ser divulgados.

 

Os resultados do primeiro projeto na área, que culminou no desenvolvimento de SAF a partir da glicerina, foram entregues em 2024 à agência de cooperação alemã GIZ, contratante do estudo.  “Nós provamos que é possível chegar no SAF a partir de um resíduo industrial, nesse caso a glicerina”, diz Fabiola Correia. 

 

Etapas posteriores à pesquisa, como a possível certificação do produto junto à ANP para que o combustível possa ser produzido em larga escala e chegar ao mercado não dependem do ISI-ER. Ficam a critério da contratante. 

 

SOBRE O ISI-ER

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis é parte da maior rede de ciência e tecnologia para o setor industrial no Brasil, composta por 28 Institutos SENAI de Inovação (ISIs). Sua trajetória inclui trabalhos como o maior mapeamento do potencial eólico offshore brasileiro, em curso na Margem Equatorial; o estudo de eventos extremos ligados à energia solar; o desenvolvimento da primeira planta-piloto do país para estudos em energia eólica offshore – com a licença prévia recebida em 24 de junho de 2025 pelo Ibama; e da primeira planta-piloto da Petrobras para produção de hidrogênio renovável, em andamento. 

 

Também integram o portfólio pesquisas pioneiras para o desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação) e o projeto Escolas Solares, que instalou mini usinas fotovoltaicas em escolas públicas do Rio Grande do Norte para reforçar o ensino prático de disciplinas como matemática, física, ciências e geografia para estudantes do Ensino Médio.

 

Texto e Foto: Renata Moura

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