Diretora do CTGAS-ER defende ações integradas para impulsionar mulheres no setor de energia

2/09/2025   10h06

Ações para potencializar a participação feminina na indústria de energia, as principais barreiras enfrentadas para ingressar no setor e oportunidades para um futuro mais inclusivo foram discutidas durante evento em São Paulo

 

“O Brasil precisa de um conjunto de ações integradas para não apenas despertar o interesse das mulheres por carreiras em setores como o de energia, mas para de fato permitir que elas consigam se qualificar e trabalhar nesse mercado”. 

 

A análise, da diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, Amora Vieira, foi uma das que permearam o painel “Mais Mulheres, Mais Energia: Mão de obra qualificada em falta e o potencial das mulheres na transição energética”, que integrou a programação do evento “Elas Conectam”, em São Paulo. 

 

Ações para potencializar a participação feminina na indústria de energia, as principais barreiras enfrentadas para ingressar no setor e oportunidades para um futuro mais inclusivo foram discutidas. 

 

“Existem iniciativas concretas para a formação de mulheres no setor elétrico, mas ainda há lacunas a preencher. Há necessidade de mais esforços e iniciativas para termos mais mulheres com formação e trabalho nas áreas tecnológicas”, disse Amora Vieira, apontando que ações em prol da igualdade e equidade de gênero devem contemplar o contexto socioeconômico feminino para estimular progressos não só dentro, mas também fora das salas de aula.

 

“É preciso ter políticas para que a mulher consiga perceber que uma formação técnica é uma possibilidade e ter também uma retaguarda para que possa fazer um curso presencial, se ela for mãe, ou ter internet para poder estudar em um curso EAD, ter um equipamento que consiga viabilizar as aulas, fazer download do material para leitura, de um powerpoint. E aquela mulher de baixa renda, por exemplo, que já recebeu um curso em gratuidade, do SENAI ou de outra instituição. É preciso pensar no ‘e agora, o que ela faz depois daquilo?’ Qual é o outro passo que ela tem que dar? Ela precisa ter uma carteira de habilitação para conseguir a vaga de trabalho? Como ela consegue isso por meio de uma política pública direcionada?”, observa a diretora.

 

O painel teve a participação da coordenadora do Comitê Permanente para Questões de Gênero (Cogemmev), do Ministério de Minas e Energia, Márcia Figueiredo, que abordou a perspectiva do governo e das políticas públicas, e moderação de Aline Kirsten, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e 1ª secretária da Associação Brasileira de Energia Solar (ABENS).

 

Vieira citou projetos desenvolvidos pelo CTGAS-ER em parceria com empresas geradoras de energia eólica e outras instituições que têm investido para fomentar oportunidades para meninas e mulheres na área. “Em todos os projetos em que o SENAI foi desafiado a inserir a participação de mulheres, houve êxito”, disse a diretora. 

 

“O SENAI percebeu que tem mulheres interessadas, que tem meninas interessadas, seja na capital ou no interior do Estado, entendeu que precisa fazer o corpo a corpo, ter conversas de qualidade para informar quais são os caminhos de uma formação técnica para aquela mulher, para que ela não receba simplesmente um banner que fale ‘olha, você pode ser uma pedreira, uma instaladora solar, ou uma gerente de operação e manutenção de um parque eólico’. A gente tem o cuidado de fazer esse trabalho de bastidor para falar qual é o caminho possível de uma formação tecnológica, qual é o impacto no curto, no médio e no longo prazo, mas que não é só uma formação profissional que vai fazer com que ela chegue na indústria”. A diretora apontou a formação como “um caminho de construção contínua”. 

 

O Elas Conectam foi realizado quinta-feira (28) e também contou com o painel “COP30 – Mulheres, energia e justiça climática: Vulnerabilidades e caminhos para uma transição energética justa”, além da apresentação de dados e pesquisas relacionadas. O evento foi realizado pela MEsol com o apoio do governo e do Ministério de Minas e Energia do Brasil, do Ministério Federal da Economia e Energia da Alemanha e da agência de cooperação internacional alemã GIZ.

 

SOBRE O SENAI

O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria, em Mossoró); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para formação profissional em hidrogênio verde, em parceria com a Alemanha.

 

A atuação se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade – do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG) e da FAETI (Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais).

 

Primeiro do Brasil a se tornar signatário do Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), o SENAI do Rio Grande do Norte tem a atuação alinhada a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que buscam, de forma geral, acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade e combater as mudanças climáticas no mundo.

 

Em 2024, a instituição recebeu o “Selo ODS Educação”- um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos. No mesmo ano, foi homenageada pelo Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e implementado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, pela importância dada às atividades educacionais para proteção da camada de ozônio.

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