
A diretora do SENAI-RN CTGAS-ER, Amora Vieira, abordou a questão na mesa-redonda “Protagonismo feminino na sustentabilidade: a centralidade das mulheres na transição energética justa”, promovida na 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), em Belém (PA)
“Como superar desafios para a formação profissional de meninas e mulheres?” A pergunta norteou a participação da diretora do Centro de Educação e Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, Amora Vieira, na mesa-redonda “Protagonismo feminino na sustentabilidade: a centralidade das mulheres na transição energética justa”, promovida na 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), em Belém (PA).
Na Zona Verde do evento, dedicada a exposições, debates, oficinas e apresentações culturais abertas ao público, a mesa-redonda abordou como a educação profissional e tecnológica pode ser motor de transformação social, ambiental e econômica por meio do protagonismo das mulheres.
Durante a discussão, a diretora apresentou projetos desenvolvidos pelo SENAI-RN para fomentar a participação feminina no setor de energias renováveis e em outras atividades econômicas, como a distribuição de energia elétrica e a refrigeração, também marcadas por desigualdades de gênero.
“Qual é o papel da mulher na transição energética e o que é preciso para potencializar esse papel? O papel da mulher é a força de trabalho propriamente dita. É você ampliar as possibilidades de atuação que ela tem em ocupações que envolvam o setor energético do país e outras atividades, da formação técnica à graduação. A mulher está buscando ser preparada para isso, para poder ingressar e evoluir nessas carreiras”, afirmou ela, após a Conferência.
Vieira ressaltou que o mercado precisa de profissionais com qualificação e deve oferecer oportunidades independentemente do gênero. “O mercado precisa de competência, e a mulher também está buscando essa competência profissional. Ela tem interesse nessas carreiras, em seguir por esses caminhos. Então, se há oportunidades, elas também devem existir para mulheres qualificadas e para aquelas que querem se qualificar para ingressar no setor”, complementou.
Projetos que têm oferecido educação profissional de qualidade gratuita à população, como a formação das primeiras mulheres especialistas em operação e manutenção de parques eólicos, realizada pelo CTGAS-ER em parceria com a AES Brasil, foram destacados pela diretora.
“Esse projeto envolveu uma especialização técnica, com aulas online, ao vivo, para democratizar o ensino, e teve mais de 70 mulheres técnicas formadas, avançando para um pós-técnico”, explicou.
Ela também citou a formação de profissionais de Eletromecânica em parceria com a Vestas, que, além de ampliar a qualificação, tem resultado na contratação de jovens aprendizes pela indústria. O processo seletivo para participação no programa foi realizado em 2023 e reservou metade das vagas para mulheres. A previsão é que o curso seja concluído em agosto do próximo ano.
Oportunidades
Segundo Vieira, o caminho para que o potencial das mulheres seja plenamente alcançado – e para que elas consigam se inserir e crescer no setor – passa por políticas públicas, pela oferta de oportunidades pelo mercado e pela compreensão sobre a natureza da indústria e as exigências de preparação técnica.
“A mulher precisa enxergar que o mercado de energia é um mercado que registrou grande crescimento nos últimos anos e tem novos investimentos possíveis, tanto no onshore (em terra) quanto no offshore (no mar), que tem uma média salarial maior do que outros segmentos, e que vai exigir qualificação e preparo. Então, onde estão as oportunidades? Essa mulher está enxergando qual é o caminho de preparação? Por onde começar, por onde pode ir? Ela sabe que só terminar o curso técnico não vai garantir o ingresso no mercado de trabalho, mas que é um passo importante nessa trajetória?”, refletiu.
“É preciso que a mulher entenda que esse é um caminho possível e como ela pode trilhar esse passo a passo para ter uma formação robusta, necessária para concorrer a uma vaga de trabalho.”
A mesa-redonda foi promovida pelo Ministério da Educação (MEC) e também contou com a participação da professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe, Fabiana Faxina; da professora do Instituto Federal do Amapá e coordenadora da região Norte do EnergIFE, programa de eficiência energética da rede federal, Leila Cristina Nunes Ribeiro; e da professora do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Campus Montes Claros, Lívia de Fátima Silva Mendes.
SAIBA MAIS: HQs do SENAI-RN na COP30

A diretora também entregou ao ministro da Educação, Camilo Santana, HQs do SENAI-RN que incentivam jovens a conhecer energias renováveis
Antes do debate, a diretora do CTGAS-ER entregou ao ministro da Educação, Camilo Santana, as histórias em quadrinhos (HQs) “Anê e o vento” e “Superliga contra nuvens de gás”, desenvolvidas pelo SENAI do Rio Grande do Norte para incentivar o público jovem a conhecer mais sobre energias renováveis, emergência climática e desafios e oportunidades do setor.
As duas publicações estão disponíveis gratuitamente para download, nos links:
Clique aqui para baixar a Superliga contra nuvens de gás.
E aqui para download de Anê e o vento.
“Levar o trabalho do SENAI para a COP por meio das histórias em quadrinhos é mostrar que a sustentabilidade e a inovação podem ser contadas de um jeito leve, criativo e inspirador”, destacou a diretora. “É também uma forma de mostrar ao mundo que a educação e a tecnologia andam juntas na construção de um futuro mais sustentável.”
A COP é o maior evento global das Nações Unidas dedicado às negociações sobre mudanças climáticas. A conferência começou oficialmente segunda-feira (10) e segue até o dia 21, em Belém (PA), reunindo chefes de Estado, cientistas, empresários/as, representantes da ONU e da sociedade civil de mais de 170 países.
Texto: Renata Moura
Foto: Divulgação SENAI-RN
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