Estudantes de Engenharia Mecânica da Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais (FAETI), do SENAI-RN, participam, nesta segunda-feira (16), da final do “Desafio da Ponte de Macarrão” — competição que põe à prova a habilidade da turma para projetar e construir pontes utilizando, em vez de materiais como aço e concreto, espaguete, cola e tubos de PVC.

 

A atividade integra a disciplina “Mecânica Geral” e foi desenvolvida ao longo da última semana por alunos/as do terceiro período da graduação. O desafio, segundo o professor Tomás Barros Vasconcelos, era construir uma ponte utilizando, no máximo, 1 kg de macarrão, com capacidade para sustentar a maior carga possível.

 

Na etapa final, marcada para a noite desta segunda-feira, as estruturas serão testadas com a ajuda de “anilhas de academia”. As anilhas serão posicionadas em uma caixa suspensa no centro de cada ponte para medir a resistência. A que suportar mais peso será a vencedora. Três grupos participam.

 

O desafio é comum nos cursos de Engenharia, diz a gerente acadêmica da FAETI, Patrícia Mello. “Os alunos ficaram no laboratório montando as estruturas e enchendo os vidros de cálculos. Isso ajuda a engajá-los”, ressalta ela. Mas os impactos esperados vão além disso.

 

“Essa dinâmica é muito interessante porque nesse estágio do curso os alunos já têm a oportunidade de trabalhar dimensões importantes do ponto de vista do profissional de Engenharia, o que inclui trabalhar com prazo, cumprir as regras do edital para poder competir e o trabalho em equipe”, complementa o professor, Tomás Vasconcelos.

 

 

Todo o conteúdo foi visto durante o semestre, em abordagens do assunto “estruturas treliçadas”. O Desafio foi lançado pela Faculdade como oportunidade de aplicação da teoria em um caso prático.

 

Antes de botarem a mão literalmente na massa, os estudantes tiveram que desenhar a ponte que iriam construir em uma folha de papel milimetrado, cobrir o papel com uma película de plástico transparente e usá-lo como modelo. Em seguida, eles colocaram os fios de espaguete sobre o projeto desenhado para cortar o comprimento certo e colá-los.

 

De acordo com o edital que estabelece as regras da atividade, as pontes deveriam ser construídas com espaguete, utilizar cola quente e seguir medidas específicas — largura mínima de 5 cm e máxima de 20 cm, além de altura de até 50 cm.

 

“São vários desafios além de simplesmente aplicar os cálculos que eles viram em sala de aula”, observa o professor. “Outro ponto muito interessante para os alunos é vivenciar a parte de praticidade, a parte de execução de um projeto. Eles também têm que fazer um primeiro dimensionamento de estruturas”, acrescenta.

 

A ponte bem-sucedida, segundo ele, tem um bom projeto, correto, detalhado e bem especificado, aliado a uma boa execução. “Existem geometrias mais complexas e geometrias mais simples, mas o segredo de ter um bom resultado, no final das contas, é tanto um bom projeto quanto uma boa execução da ponte”, resume Vasconcelos.

 

Sobre a FAETI

A FAETI é a primeira Faculdade do Brasil com foco em energias renováveis e marca a expansão das ações do SENAI-RN para o setor no país.

 

A instituição funciona em Natal, capital do Rio Grande do Norte, estado que lidera a geração brasileira de energia eólica e sedia os Centros de referência do SENAI para formação profissional, inovação e pesquisa aplicada voltadas à atividade (o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis – CTGAS-ER – e o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis – ISI-ER).

 

A portaria de credenciamento da Faculdade foi publicada pelo Ministério da Educação (MEC) em agosto de 2023. Antes, avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao Ministério, destacou “o planejamento do SENAI para trabalhar com responsabilidade social e seus temas, bem como para o desenvolvimento socioeconômico” e mencionou a Faculdade como “projeto organizado para melhorar as condições de vida da população”.

 

Conclusões sobre a infraestrutura em que está inserida também chamam a atenção para “inúmeros recursos tecnológicos inovadores”, em menção a laboratórios disponíveis e chamados de “altamente diferenciados para aulas práticas”. No corpo docente, mestres e doutores em diversas áreas estão em campo. O ingresso da primeira turma de Engenharia Mecânica ocorreu em março de 2024.

 

Texto: Renata Moura