Jornal Valor Econômico destaca planta-piloto offshore pioneira do SENAI-RN

6/08/2025   12h10

Em entrevista ao Valor, o diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, prevê para este mês o lançamento de um edital de captação de empresas, nacionais e multinacionais, que têm interesse em investir na iniciativa

 

O projeto da planta-piloto offshore que o SENAI-RN vai instalar no Rio Grande do Norte – para estudos que ajudem a nortear novos investimentos da indústria de energia eólica no Brasil – foi destaque em reportagem do jornal Valor Econômico. 

 

De acordo com a reportagem, no momento, o setor está de olho no único projeto aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para esta nova fronteira. O projeto, observa o jornal, servirá de piloto para os demais, e será conduzido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Norte (SENAI-RN). 

 

“Denominado ‘sítio de testes’, além de atender aos requisitos legais e técnicos do licenciamento, se destaca, na opinião do Ibama, por seu caráter inovador e poderá fornecer dados ambientais e tecnológicos através de pesquisa e monitoramento de sua instalação e operação”, informa o Valor Econômico.

 

A planta-piloto é uma área de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores que serão implantados no mar do Brasil. O projeto foi desenvolvido pelo SENAI-RN, por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). 

 

De acordo com o projeto, a energia gerada pelos aerogeradores vai abastecer o Porto-Ilha de Areia Branca, com a ajuda de cabos submarinos que irão transportá-la até uma subestação no terminal

 

O projeto contempla a instalação de dois aerogeradores no mar de Areia Branca – município a 330km da capital potiguar, Natal. Em entrevista ao Valor, o diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, prevê para este mês o lançamento de um edital de captação de empresas, nacionais e multinacionais, que têm interesse em investir na iniciativa.

 

Mello observa ainda que o Brasil tem os melhores ventos do mundo e mar raso, o que pode gerar parques mais eficientes, com investimento inicial menor do que o registrado em países que já têm o setor de energia eólica offshore em operação. No Brasil, os primeiros projetos comerciais aguardam licenciamento do Ibama. 

 

Outro ponto que o diretor considera forte no projeto da planta-piloto é a perspectiva de desenvolvimento de ‘conteúdo nacional’, com tecnologias produzidas no Brasil, observa o Valor Econômico. 

 

O texto, intitulado “Ibama analisa mais de 100 projetos para eólicas offshore”, chama a atenção para a expectativa do setor pela regulamentação da atividade no país. 

 

O marco legal das eólicas offshore, publicado em janeiro deste ano, ficou em consulta pública até a última segunda-feira, dia 4 de agosto, para contribuições da sociedade, do setor produtivo e das instituições sobre a proposta de metodologia para seleção de áreas destinadas à geração desse tipo de energia.

 

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a metodologia proposta visa estabelecer critérios técnicos, ambientais, sociais e econômicos para a identificação de áreas viáveis à instalação de projetos de geração eólica offshore, ou seja, a geração de energia com turbinas eólicas instaladas no mar. 

 

SAIBA MAIS SOBRE A PLANTA-PILOTO DO SENAI 

 

Do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, o Sítio de Testes do SENAI-RN terá o objetivo de analisar o desempenho dos equipamentos de geração de energia eólica offshore em condições do mar equatorial brasileiro. Segurança e função, desempenho de potência, cargas mecânicas, ruídos, suporte e afundamento de tensão, além de qualidade da energia poderão ser avaliados na área. 

 

Além disso, o objetivo é estudar, entre os aspectos fundamentais, se a instalação de usinas eólicas offshore provocará alterações no comportamento dos animais marinhos e das aves, mudanças na flora marinha, no fundo do mar, nas atividades existentes na área, na geração de empregos, no potencial crescimento da economia, além da necessidade de cursos profissionalizantes.

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis prevê a instalação de dois aerogeradores, com potência somada de 24,5 Megawatts (MW), a uma distância de 15 a 20 quilômetros da costa, a uma profundidade de 7 a 8 metros no mar.

 

A área, localizada a 4,5 km do Porto-Ilha de Areia Branca, principal ponto de escoamento do sal produzido no Brasil, é considerada rasa e, segundo estudos desenvolvidos pelo ISI-ER, está distante de recifes de coral e das tradicionais zonas de pesca. A energia gerada vai abastecer o Porto, substituindo o uso de combustíveis fósseis na operação do terminal, com a consequente redução das emissões de gases do efeito estufa. Como resultado, disse Rodrigo Mello, o Porto-Ilha será o primeiro porto do Brasil a funcionar 100% com energia renovável. 

 

Texto: Renata Moura, com informações do jornal Valor Econômico

Foto: Renata Moura

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