Conselho Regional do SENAI-RN discute detalhes da planta-piloto offshore pioneira da instituição

25/07/2025   17h02

Projeto integrou a pauta da sexta reunião ordinária do Conselho, realizada nesta sexta-feira (25), na Casa da Indústria

 

A “planta-piloto offshore” que o SENAI-RN vai instalar no Rio Grande do Norte foi detalhada, nesta sexta-feira (25), em Natal, ao Conselho Regional da instituição.

 

O projeto vai funcionar como Sítio de Testes para a realização de estudos e o desenvolvimento de tecnologias que ajudem a subsidiar investimentos do setor no Brasil. Foi o primeiro complexo de energia eólica offshore do país a receber licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 

“A licença foi um importante ponto de partida. E nós estamos trabalhando fortemente para que fatores externos não prejudiquem o cronograma previsto”, ressaltou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) e do Conselho Regional do SENAI-RN, Roberto Serquiz.

 

“Esse é um projeto inovador do ponto de vista do Brasil e o grande diferencial é que estamos trilhando com ele o caminho a ser percorrido depois pelo ambiente de produção, pelas empresas que irão investir nessa indústria. Hoje, não existe nenhum aerogerador no ambiente offshore do país. Não existia legislação, não existia o modelo nacional para o Ibama tratar do assunto”, disse o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, ao apresentar o histórico, os próximos passos e os objetivos do empreendimento.

 

Planta-Piloto

A planta-piloto é uma área de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores que serão implantados no mar do Brasil. O projeto foi desenvolvido pelo SENAI-RN, por meio do ISI-ER. 

 

De acordo com Rodrigo Mello, o projeto contempla a instalação de dois aerogeradores no mar de Areia Branca – município a 330km da capital potiguar, Natal.

 

Os estudos de engenharia deverão durar entre 14 e 18 meses, contados a partir da captação de investidores para as novas etapas do projeto – o que se espera viabilizar com o lançamento de um edital multiclientes ainda neste semestre. Já construção, montagem e comissionamento devem levar cerca de um ano e meio.

 

“E aí a previsão é de 25 anos de operação baseados na vida útil da turbina, onde o processo todo será permanentemente avaliado e outros projetos de pesquisa deverão ser desenvolvidos junto a essa planta-piloto”, disse o diretor, complementando: “esse Sítio de Testes será um laboratório vivo. Não uma unidade de produção. Então a todo tempo ele estará sendo submetido a novas tecnologias e a novas perguntas. O impacto é positivo? é negativo? O que nós pretendemos é responder a esse tipo de questão”.

 

O diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, apresentou o histórico, os próximos passos e os objetivos do empreendimento

 

A licença prévia pioneira no Brasil foi entregue ao SENAI no dia 24 de junho, em cerimônia na sede do Ibama, em Brasília. O documento atesta a viabilidade ambiental na fase de planejamento e estabelece requisitos para as próximas etapas do licenciamento. 

 

O Conselho Regional do SENAI-RN é formado por representantes da indústria, dos trabalhadores da indústria, do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Previdência. Na reunião desta sexta-feira, realizada na Casa da Indústria, também foram apresentados os resultados financeiros da instituição relativos ao primeiro semestre do ano. 

 

Serquiz fez menção ainda ao I Fórum de Empregabilidade do Sistema Indústria, evento que reuniu na última quarta-feira (23), em Natal, empresas, especialistas e centenas de estudantes e profissionais em busca de oportunidades no mercado.

 

O Fórum foi uma realização do Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do IEL, em parceria com o Movimento Tech (Movtech), coalizão brasileira mantida por iFood, Mercado Livre e Instituto Coca-Cola, com envolvimento de mais de 70 instituições e foco na redução de lacunas educacionais e na preparação de jovens e adultos para o futuro do trabalho.

 

“O evento foi uma desmistificação do SENAI, porque muito se acha que o nosso centro de tecnologia é só de energia. E não é só energia e nem só petróleo. É apoio também à indústria de transformação”, disse o presidente Roberto Serquiz.

 

O Fórum registrou cerca de 1 mil pessoas inscritas, entre visitação e palestras. Empresas de diferentes segmentos, incluindo alimentos, bebidas, embalagens, confecção e mineração, além de empresas de energia, de soluções tecnológicas e a Base Aérea de Natal, participaram como expositoras, com informações e oportunidades para o público. 

 

SAIBA MAIS SOBRE A PLANTA-PILOTO DO SENAI 

 

Do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, o Sítio de Testes do SENAI-RN terá o objetivo de analisar o desempenho dos equipamentos de geração de energia eólica offshore em condições do mar equatorial brasileiro. Segurança e função, desempenho de potência, cargas mecânicas, ruídos, suporte e afundamento de tensão, além de qualidade da energia poderão ser avaliados na área. 

 

Além disso, o objetivo é estudar, entre os aspectos fundamentais, se a instalação de usinas eólicas offshore provocará alterações no comportamento dos animais marinhos e das aves, mudanças na flora marinha, no fundo do mar, nas atividades existentes na área, na geração de empregos, no potencial crescimento da economia, além da necessidade de cursos profissionalizantes.

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis prevê a instalação de dois aerogeradores, com potência somada de 24,5 Megawatts (MW), a uma distância de 15 a 20 quilômetros da costa, a uma profundidade de 7 a 8 metros no mar.

 

A área, localizada a 4,5 km do Porto-Ilha de Areia Branca, principal ponto de escoamento do sal produzido no Brasil, é considerada rasa e, segundo estudos desenvolvidos pelo ISI-ER, está distante de recifes de coral e das tradicionais zonas de pesca. A energia gerada vai abastecer o Porto, substituindo o uso de combustíveis fósseis na operação do terminal, com a consequente redução das emissões de gases do efeito estufa. Como resultado, disse Rodrigo Mello, o Porto-Ilha será o primeiro porto do Brasil a funcionar 100% com energia renovável. 

 

Texto e fotos: Renata Moura

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