Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN, abordou perspectivas para o offshore durante palestra para consultores do SEBRAE, no evento Energia em foco
O projeto de instalação da primeira planta-piloto do Brasil para estudos voltados à energia eólica offshore – concebida pelo SENAI-RN para atender o país a partir do Rio Grande do Norte – deverá representar um salto tecnológico para o setor elétrico nacional, impulsionar o conteúdo local e o desenvolvimento de uma ampla cadeia de fornecedores.
As perspectivas foram apresentadas pelo diretor da instituição e do Instituto SENAI de Inovação em Energia Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, a analistas e consultores do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-RN) no estado. A discussão integrou a programação do evento “Energia em Foco”, encerrado nesta quarta-feira (14), em Natal.
A planta-piloto é um sítio de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores que serão implantados no mar do Brasil. O projeto foi desenvolvido pelo SENAI-RN, por meio do ISI-ER, e está em fase de licenciamento ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O objetivo é a implantação de dois aerogeradores a 20km da costa – nas proximidades do Porto-Ilha de Areia Branca, onde o Instituto SENAI realiza medições do recurso eólico há mais de dois anos, o maior tempo registrado no país. A expectativa é que a operação comece em 36 meses.
Tecnologia
De acordo com Rodrigo Mello, o projeto está sendo desenvolvido com “uma tecnologia absolutamente diferente da que os Estados Unidos, o Mar do Norte e a China, que lideram o offshore, estão utilizando”. “Há dois intuitos básicos com isso”, frisou ele. “O primeiro é ampliar o conteúdo local (ou seja, a presença de bens e serviços nacionais no setor elétrico). E o segundo é o consequente desenvolvimento da cadeia de fornecedores locais”.
Avaliações iniciais, segundo o executivo, mostram que a participação de produtos e serviços nacionais na construção de parques eólicos nessa nova fronteira pode chegar a 80%.
Ele comentou ainda que diversos modelos de negócio deverão surgir na esteira do offshore, o que representa novas oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas.
“Existe um ambiente de regulação que está evoluindo, o Brasil está muito envolvido no desenvolvimento tecnológico e na vanguarda da tecnologia e, aqui entram vocês, será oportuna a criação de muitos modelos de negócio, do parafuso, à comercialização ou aos EVTEs (Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica) para saber se vale ou não a pena”, destacou ele.
O evento teve como objetivo capacitar consultores e analistas do SEBRAE no tema energias renováveis. Participaram da programação, com apresentações sobre energia solar, energia eólica, hidrogênio e biomassa, os instrutores de Educação Profissional e Tecnologias do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI, Thiago Castro, Iane Souza e Gerffeson Almeida, também professor da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI, além dos pesquisadores do ISI-ER, Fabiola Correia e Daniel Lira.
Na quarta-feira (14), analistas e consultores que participaram do evento realizaram visita técnica aos principais laboratórios do Hub de Inovação e Tecnologia (HIT), complexo do SENAI que sedia o ISI-ER, o CTGAS-ER, a FAETI, além de outros Centros de Educação e Tecnologias do SENAI-RN em Natal e o Polo SEBRAE de Energias Renováveis.
Texto e foto: Renata Moura
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